domingo, 13 de novembro de 2011

Só "eu te amo" não basta.


“O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama. Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado. Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se. A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também? Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois. Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. “Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho”. Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. “Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato.” Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta. Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo."

Martha Medeiros

domingo, 28 de agosto de 2011

Voltando


Depois de um longo e tenebroso inverno (que está para acabar em breve) tento voltar ao meu lugar de destaque na minha vida.
Sim por que tem horas que nos colocamos como a ultima coisa realmente importante, e deixamos que outras pessoas nos afetem de forma dolorosa e negativa. E algumas vezes essas pessoas deixam cicatrizes eternas em nosso coração.
E como agora o que me faz feliz é o que está em primeiro plano, posso afirmar que tudo está voltando pros eixos que eu acho conveniente.
A começar pelo meu novo velho trabalho onde fui recebido com carinho e alegria, não só pelos que já em conheciam, como também pelos novos colegas. Eu sei que não gosto de pessoas, mas gosto de observar e ver como as vezes Deus deve ter orgulho de sua maior criação, mas também as vezes deve se perguntar, por que fiz esse ser???
O que me choca (ainda!!!) é ver como todo mundo se preocupa com a vida alheia, olha o perfil do outro na rede social, em alguns casos, literalmente te param no elevador e perguntam sobre a discussão que ouvira na noite anterior.
Que mundo é esse aonde o que você pensa é o mais correto?
Que direito tem você de bradar aos 4 ventos que fulano é feio ou bonito?
Antes de simplesmente falar ou julgar, ou pior ainda perseguir alguém, deve-se primeiro olhar pra você.
É pra você mesmo, que joga lixo na rua, que atravessa fora da faixa, que quer dar uma "cervejinha" pro guarda por estar com IPVA atrasado...aonde você é melhor que o politico que rouba milhões, ou o que bateu no pai e filho em São Paulo por acharem que eram gays. Em que ponto você se torna melhor que ele?
Por que então cada um não olha pro seu quintal primeiro antes de falar demais?
Estou no momento de trabalhar de forma mais útil a minha sinceridade, nem sempre a minha verdade pode ser a sua, e o pior as vezes a minha sinceridade pode machucar alguém que amamos muito!
Fica a dica!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dividir e Conquistar


Pudim!!!
Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir Pudim de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente Um pedacinho Minúsculo do meu pudim preferido.
Um só!!!!!!!!!.
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um pudim bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, "mas" resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridícula!!!!!.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'..
Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar vários pedaços de pudim, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga: um pudim inteiro, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, embrulhado pra presente ( uns 30 anos mais novo) OK? Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . .

Texto de Martha Medeiros
*Recebi esse texto hoje da pessoa que menos esperava, mas vale a pena dividr, mesmo sendo aquele pudim maravilhoso!